O papel da escola promotora de saúde na implementação de estratégias para a obtenção e hábitos saudáveis.
Na visão dos pedagogos modernos, o processo educacional não se efetiva apenas nas escolas, pois ela não é a única responsável pela educação. A educação tem uma dimensão maior do que propriamente ensinar e instruir, o que significa dizer que o processo educacional não se esgota com as etapas previstas na legislação.
A educação adquiriu conceitos diversos e formas distintas, deixou de se restringir somente ao ambiente escolar e se estendeu a vários ambientes e cenários. A criação de ambientes educacionais favoráveis à saúde, resulta da ampliação do conceito de saúde na perspectiva de sua promoção.
O professor configura-se como um ator importante nesse contexto, uma vez que a sua interveniência possibilita aos alunos apreenderem conteúdos escolares, desenvolverem o senso crítico e se tornarem sujeitos das práticas sociais e das suas interações com o outro, habilidades e competências que devem ser desenvolvidas nos currículos escolares. Para isso, a escola deve estar aberta a ações educativas que promovam saúde e os professores precisam ser devidamente instrumentalizados ao longo da sua formação profissional para o desenvolvimento dessas ações.
Estudos mostram que a maioria dos currículos dos cursos de licenciaturas, não contemplam efetivamente conteúdos que abordam de forma transversal questões que propiciem a promoção da saúde nas escolas brasileiras, limitam-se, muitas vezes, a tratar do tema de forma pontual. Esse fato dificulta a apropriação da temática pelos professores, bem como o desenvolvimento de ações voltadas às ações educativas em saúde, uma vez que o ambiente escolar se constitui em espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações educativas que beneficiam a comunidade escolar e o seu entorno.
Pensando nas diversas perspectivas da educação, faz-se necessário enfatizar o termo educação em saúde que se estabeleceu como área específica na segunda década deste século, nos Estados Unidos, durante uma conferência internacional sobre a infância.
Ações educativa são direcionadas a obtenção da promoção da saúde, que é uma estratégia de produção de saúde, sendo uma prática de articulação transversal na qual se confere visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças de necessidades, territórios e culturas presentes no nosso país, a fim de criar mecanismos que reduza as situações de vulnerabilidade, defenda radicalmente a equidade e incorpore a participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas.
É válido ressaltar que, entre os principais desafios da promoção da saúde na escola, estão a integração com ensino de competência para a vida em todos os níveis escolares, a instrumentalização técnica dos professores e funcionários das escolas e o acompanhamento e avaliação da efetividade das iniciativas desenvolvidas no ambiente escolar.
Questões como obesidade e sobrepeso, desordens da conduta alimentar (anorexia, bulimia, compulsão por comida), má nutrição, infecções e intoxicações alimentares, sedentarismo, alergias e intolerâncias alimentares, prática incorreta da atividade física e desportiva ou compulsão por exercício não são tratadas na escola por desconhecimento dos professores, embora façam parte do cotidiano de seus alunos.
O projeto OCARIoT busca sensibilizar crianças escolares e suas famílias na busca por hábitos alimentares mais saudáveis, incentivando à prática de atividades física e/ou esportiva e consequentemente na prevenção da obesidade. Essa sensibilização é proposta a partir de atividades desenvolvidas de forma lúdica e apoiadas por tecnologia inovadora, pois os espaços educacionais constituem-se em ambientes férteis e ideais para o desenvolvimento de comportamentos promotores de saúde e adoção de estilos de vida saudáveis. Sobretudo, porque muitas das condutas pouco saudáveis e que geram agravos à saúde são construídas na infância e juventude, implantando-se de tal forma que modificá-las posteriormente torna-se difícil.
– Doutora em Educação– Universidade Federal da Bahia;
– Pós-Doutora em Saúde Coletiva-Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP;
– Pós-Doutora em Tecnologia em Saúde – CINTESIS/ Faculdade de Medicina da Universidade do Porto – UP;
– Bolsiste de Produtividade em Pesquisa – CNPq;
– Professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza;
– Pesquisadora do Projeto OCARIoT pela WDA Tecnologia.
https://www.facebook.com/
https://twitter.com/
https://www.linkedin.com/
https://www.instagram.com/
https://www.youtube.com/
Nenhum comentário